Mensagem de Natal 2016

sagradafamilia

Mais uma vez chegamos ao Natal. Mais uma vez as lojas decoradas buscam seus clientes com ofertas tentadoras. Mais uma vez enchem-se casas, praças, ruas, prédios públicos, empresas de símbolos natalinos dos mais variados, que não nos permitem ignorar a época. Mais uma vez as igrejas fazem apelos ao sentido da data e celebram seus ritos.
Noto os shopping centers mais vazios e parados nesta época. Até promoções de Natal encontram-se, veja só. Culpa da crise? Sem dúvidas. Mas noto em marcha uma outra crise, de natureza não-econômica.

Sempre amei de paixão o Natal. Desde criança, a data esteve para mim associada à amáveis confraternizações familiares, uso de boas roupas, alegrias, férias, cidade mais enfeitada, presentes, brincadeiras e, é claro, Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim decorriam os natais da minha infância que, basicamente, pouco mudaram com a chegada da adolescência.

Na entrada da minha vida adulta, isso mudou um tanto. A morte da minha mãe, há mais de uma década, arranhou bastante o fascínio da data, pois ela dava um colorido todo especial ao dia. Não podia chegar a época natalina que eu me lembrava dela. Infelizmente, não foi só o falecimento dela que “turvou-me” a imagem do Natal: uma sequência de reveses pessoais, que foram por mim sentidas como perdas graves, fizeram-me ver o mundo me maneira mais cinzenta e dura. Há quem chame isso de “vida adulta” ou até mesmo de “realidade”, mas isso para mim está mais para um defeito da vida do que para o que se deve chamar com toda a propriedade de normalidade.

Perdeu-se o encanto do Natal? Tornou-se esta uma festa sem sentido, uma data oca cuja vacuidade tenta-se hipocritamente compensar com consumismos e fúteis votos de felicidades a parentes, amigos e colegas? Confesso que por vezes pensei assim e que ainda encontro em minha mente vestígios deste pensamento. Mas estes só subsistem porque esse pensamento em si já foi rejeitado, faltando apenas limpar uns detalhes.

Porque o Natal não perdeu o sentido. Uma vez que o sentido do Natal não são lautas festas, nem agrados pessoais, nem entes que por mais queridos que sejam um dia, inevitavelmente, ir-se-ão deste mundo, nem cartões de felicitações, nem decorações primorosas, nem nada disso que muitas vezes associamos (eu e os demais) ao Natal, seu sentido não se perde. Aliás, não poderá nunca perder-se. Pois é é, simplesmente, o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus que desceu de toda sua Glória celeste, revestiu-se da condição humana em tudo (exceto no pecado) para a nossa salvação. Se Deus se faz Filho do Homem para salvar o homem, como posso achar que meus dissabores pessoais, o saudosismo de meus alegres dias de infância ou qualquer outra coisa possa realmente obscurecer o sentido do Natal? Não devo ficar feliz a todo custo pelo Natal, por ele ser o que ele é, simplesmente, independentemente do que eu penso ou sinto sobre outras coisas que não são essenciais a ele? Não devo me alegrar pelo aniversário do Menino-Deus?

Um Feliz e Santo Natal a todos!

Fabio V. Barreto

Sobre Fábio V. Barreto

Católico, aprendiz de escritor, ávido por conhecimento, e outras coisas mais.
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